terça-feira, 8 de outubro de 2013

Traição da "Defensora" do Consumidor

Paulo Werneck

Neste país jacaré tem que nadar de costas, pois até quem diz defender o consumidor arma golpes tipo 171 em cima do incauto cidadão.

Recebi em minha caixa postal mensagem simpática me oferecendo um maravilhoso leitor multimídia de oito funções.


Como regra geral, classifico essas mensagens como conto do vigário e vão direto para a lixeira, sem qualquer remorso. Essa, no entanto, estava assinada pelo senhor Sandro Leão, diretor da Proteste, a Associação Brasileira de Consumidores.

Entre curioso e desconfiado, teclei o continuar, próxima tela uma senha automática, certamente inspirada nas inefáveis promoções da Seleções do Reader's Digest. De tela em tela acabei chegando ao cavalo de tróia:


Não era um presente, mas um brinde pela adesão à entidade por um ano.

Algum problema em a pessoa receber um brinde ao adquirir algo? Penso que não. Mas um presente, aquilo que se oferta graciosamente, tornar-se um brinde depois de algumas telas, parece-me muito pouco ético.

A Proteste poderá argumentar que na primeira tela existe uma advertência em letras miúdas (no alto à direita): "* ao aceitar nossa oferta".

Ocorre que o asterisco não está ligado a frase alguma do anúncio, o texto está fora do contexto, parece-me que o conjunto da obra ofende ao Código de Defesa do Consumidor.

Fica a pergunta: que associação de defesa dos consumidores nos defenderá da Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor?