domingo, 16 de maio de 2010

Bombardeio da TAM

Paulo Werneck
Glóvis Graciano: Bombardeio, 1943
Acervo: Pinacoteca do Estado (São Paulo, SP)

< A TAM, do saudoso comandante Rolim, que deve estar se revirando no túmulo, ele que distribuía sorrisos e cortesias para os passageiros, resolveu aterrorizar os moradores da Zona Sul do Rio de Janeiro.

Para comemorar algum contrato que lhe trará mais $$$, patrocinou festa no Morro da Urca, com queima de fogos na enseada de Botafogo, de madrugada - Lei do Silêncio, bobagem - que acordou vários bairros - Botafogo, Urca, Flamengo, Catete, Glória - com pelo menos quinze minutos de estrondos que mai pareciam tiros de canhão, com direito a trepidação do prédio.

Segundo notícia do Jornal do Brasil, que está voltando a ser o jornal que já foi, teve gente a sair para a rua ainda de pijama e mães a levar filhos para lugares que consideraram mais seguro.

Eu não me preocupei. Moro em prédio antigo, construído na II Guerra, preparado para bombardeios. Nele não se fez economia com cimento. Além do mais, os barulho me parecia aquele que seria produzido por poderosas baterias antiaéreas, as quais estariam vencendo o inimigo, já que não ouvia bombas caindo...

Mortos e feridos salvaram-se todos, principalmente as concorrentes: ganharam um ponto a seu favor. Só embarcarei na TAM por falta total de alternativas, pois retribuirei o pouco apreço que ela demonstrou pelo moradores e pela lei simplesmente fechando minha carteira.

De positivo - será? - com esse barulhão voltei a escrever no blog.

Espero que Prefeitura e Ministério Público tomem as providências cabíveis.