sexta-feira, 18 de julho de 2008

Chame o Ladrão...

Paulo Werneck


A cada nova notícia sobre as ações da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, me lembro da música do Chico em tempos de ditadura militar. Foi-se a ditadura, mas continuamos não tendo paz nem tranqüilidade.

Governos entram e saem e pouco - ou nada - muda. A polícia mata a torto e a direito - sempre se defendendo, é claro - não se sabe ao certo de quem.

Os veículos possuem computador de bordo, GPS, etc, mas essa tecnologia de nada nos adianta. Nunca podem chamar um reforço, fazer uma barreira, enfim, agir com um pouco de técnica e efetividade. Logo temos um tiroteio e algumas vítimas, provavelmente pessoas inocentes que tiveram o azar de ficar na linha de tiro, quando não foram os próprios alvos.

O governador - saiu no jornal - está entregando cem novas viaturas (o nome que eles dão aos automóveis), para ficarem paradas sobre as calçadas atrapalhando o movimento dos pedestres, que é para isso que elas são usadas na maioria das vezes.

Se estão se movimentando, costumam apresentar lâmpadas queimadas e pneus carecas. Avançar sinal sem a sirene ligada, dirigir falando no celular? Problema algum, pois o código de trânsito parece não se aplicar às viaturas policiais.

Os policiais de trânsito também não sabem organizá-lo. Apitam mais que carnavalescos, mas deixam que os veículos fechem os cruzamentos, estacionem nas esquinas, transitem à noite com lâmpadinhas azuis de árvore de natal fazendo às vezes de farol.

Nem podemos ficar com raiva dos policiais, pois eles não recebem salário, apenas uma pequena ajuda de custo.

Até quando conviveremos com essa situação? A quantos enterros ainda teremos que comparecer?

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