quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Vocação Turística

Paulo Werneck

A quantidade de turistas que vem ao Rio é baixa. Volta e meia, altas autoridades discutem o assunto, mas nada muda. Apesar de todas as suas belezas naturais e culturais, do charme e simpatia do carioca, da beleza e balanço da mulher brasileira, continuamos fora do mercado turístico mundial.

Não há porque nos surpreendermos com isso. Basta que observemos a rodoviária Novo Rio, imaginando uma viagem para São Paulo.

Se o viajante escolher um ônibus urbano - são muitos - haverá de desembarcar no terminal urbano vizinho à rodoviária, mas não há faixa nem sinal para que este possa sair do terminal e chegar à rodoviária: a solução é arriscar e atravessar a rua como for possível, contando com a sorte.

Se preferir ir de táxi, menos mal, mas não haverá como desembarcar confortavelmente, eis que existe uma grade a separar a rua da calçada, e, entre a cruz e a caldeirinha, desembarcará na rua e arrastará sua bagagem por ela, até o fim da grade, ou o táxi parará sobre a faixa de pedestres (que, evidentemente, não conduz ao terminal urbano).


Vencido o primeiro desafio, agora trata-se de passar com as malas na roleta, outra invenção carioca.


Bem, mas se o turista é como o brasileiro, que não desiste nunca, retornará, e se deparará com outra grade, essa muito mais alta, pois se destina a esconder os frescões e o 2011, que vai para o Leme com ar condicionado por apenas R$ 2,10, incentivando o turista a tomar um táxi da bandalha oficial, sem uso do taxímetro e pagando adicional por mala.


Viva o Turismo!

Observação: as fotos foram sacadas à noite, bem tarde, de modo que o movimento está muito tranquilo e não há ônibus atrás da grade.

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