quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Por um Crème Brulée

Paulo Werneck


Velazquez, Mulher fritando ovos
Fonte: www.worth1000.com

Adoro sobremesas, especialmente Crème Brulée, Tiramisú e o Mineiro com Botas do Nau Catarineta, de Curitiba.

Para quem não conhece, o Crème Brulée é uma sobremesa traiçoeiramente simples: um mingauzinho de ovos, que deve ser leve, cremoso e algo frio, coberto por uma camada de açúcar, caramelizada com maçarico, que no entanto deve ser fina o bastante para poder ser partida pela pressão da colher, permitindo ao feliz comensal sentir o contraste de texturas e temperaturas.

Como deve ter ficado patente pela descrição, poucos se arriscam a fazê-la, e, destes, menos ainda apresentam um resultado pelo menos correto.

Estava pensando nessa delícia quando a srta. J., fã de carteirinha do Gula Gula, do qual nunca gostei, me lembrou que lá servem um Crème Brulée bastante honesto.

Fomos com meu filho, fim de noite, casa cheia. Como sempre, serviço lento e desatento. Finalmente conseguimos pedir nossas bebidas, e fomos estudar o cardápio. A cerveja dele veio algo quente e começaram as desilusões. A sopa preferida da srta. J., não havia. Não haviam os preciosos tubérculos, matéria prima primordial da batata assada que o rapaz elegeu. Haveria, pelo menos, o crème brulée responsável pela ida do grupo àquela casa? Também não. Fechei a conta e partimos.

Na saída, a srta. J., desapontada, procurou a hostess que indicou a presença do gerente na área do caixa, local onde diversos funcionários se concentravam. Questionada sobre qual deles seria o gerente, nada respondeu. Se quem tem boca vai a Roma, que é lá longe, também pode dar três passos e procurar o gerente. A srta. J. o fez, para então ser questionada pela tal da hostess o que ela queria falar com ele. Pano rápido. A bem da casa, registro que o gerente foi muito amável.

Com fome, atravessamos a rua e fomos ao Brás, pizzaria paulista em pleno Rio de Janeiro. Chope bem tirado, serviço atencioso, Tiramisú de primeira. Aí o único problema foi o dano ao meu amor próprio de carioca.

Vocação Turística

Paulo Werneck

A quantidade de turistas que vem ao Rio é baixa. Volta e meia, altas autoridades discutem o assunto, mas nada muda. Apesar de todas as suas belezas naturais e culturais, do charme e simpatia do carioca, da beleza e balanço da mulher brasileira, continuamos fora do mercado turístico mundial.

Não há porque nos surpreendermos com isso. Basta que observemos a rodoviária Novo Rio, imaginando uma viagem para São Paulo.

Se o viajante escolher um ônibus urbano - são muitos - haverá de desembarcar no terminal urbano vizinho à rodoviária, mas não há faixa nem sinal para que este possa sair do terminal e chegar à rodoviária: a solução é arriscar e atravessar a rua como for possível, contando com a sorte.

Se preferir ir de táxi, menos mal, mas não haverá como desembarcar confortavelmente, eis que existe uma grade a separar a rua da calçada, e, entre a cruz e a caldeirinha, desembarcará na rua e arrastará sua bagagem por ela, até o fim da grade, ou o táxi parará sobre a faixa de pedestres (que, evidentemente, não conduz ao terminal urbano).


Vencido o primeiro desafio, agora trata-se de passar com as malas na roleta, outra invenção carioca.


Bem, mas se o turista é como o brasileiro, que não desiste nunca, retornará, e se deparará com outra grade, essa muito mais alta, pois se destina a esconder os frescões e o 2011, que vai para o Leme com ar condicionado por apenas R$ 2,10, incentivando o turista a tomar um táxi da bandalha oficial, sem uso do taxímetro e pagando adicional por mala.


Viva o Turismo!

Observação: as fotos foram sacadas à noite, bem tarde, de modo que o movimento está muito tranquilo e não há ônibus atrás da grade.

sábado, 18 de agosto de 2007

Consequências

Paulo Werneck


Lester Raymer, Cabeça de palhaço
Fonte: www.redbarnstudio.org

Palavras são palavras, nada mais do que palavras. Não é verdade. Palavras têm consequências.

O sr. Paulo Zottolo, alto executivo da Philips, declarou que "não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado".

Não conheço o Piauí, mas tenho certeza que entre este e a Philips, fico com o primeiro. Tenho certeza de que se a Philips deixar de existir, não ficarei chateado.

Desde que os Estados Unidos invadiram o Iraque, sem qualquer motivo, inflingindo àquele povo um sofrimento desnecessário, destruindo patrimônio cultural e se apropriando das reservas de petróleo daquele país, não mais adquiro produtos norteamericanos.

Com a declaração do sr. Zottolo, não mais comprarei produtos Philips.

Talvez, se mais presidentes de empresas aproveitarem o exemplo e fizerem mais declarações bombásticas, farei tanta economia que sobrará salário no fim do mês.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Omissão, Permissividade e Violência

Paulo Werneck

Goya, Los caprichos, El sueño de la razón produce monstruous
Fonte: www.nlm.nih.gov


No ponto, uma mulher, trabalhadora, doméstica, esperava o ônibus. Do carro particular saltam cinco jovens, todos maiores de idade, universitários, classe média alta. Um deles estudante de Direito. Os jovens atacam a mulher, a cobrem de porrada - desculpem o vernáculo menos refinado, mas nada havia de elegante na situação -, sob o olhar de um sexto que permaneceu dentro do veículo, lhe roubam a bolsa e enfim se afastam.

Preso, um dos vagabundos justifica sua ação por ter pensado que a trabalhadora seria uma vagabunda, por prostituta, errando completamente na avaliação: as vendedoras de amor não fazem ponto em pontos de ônibus; a dita vida fácil é a maior dureza; a prostituição é uma atividade lícita; e, pelo menos o estudante de Direito deveria saber, o ordenamento jurídico proíbe o exercício das próprias razões.

Enquanto os meios de comunicação em geral estão em campanha pelo endurecimento das leis e a redução da maioridade penal, tendo como alvo preferencial as crianças miseráveis das favelas, sem infância nem futuro, os jovens da alta fazem das suas, queimando índios ou batendo em mulheres.

O pai de um deles ainda tentou justificar o filho, o que me lembrou que o professor Albus Dumbledore, ao criticar a negligência e crueldade com que Vernon e Petunia Dursdley trataram seu sobrinho órfão, Harry Potter, ressalvou que pior sorte teve o filho deles, tratado sempre com permissividade (J. K. Rowling, Harry Potter and the Half-Blood Prince, London: Bloomsbury, 2005, p. 57).

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Fita Amarela

Paulo Werneck



"Quando eu morrer, não quero choro nem vela, quero uma fita amarela, gravada com o nome dela". Noel Rosa não estava pensando no poste da Avenida Rui Barbosa, em frente ao número 664.

Esse poste, ou o que sobrou dele, não se sabe se é municipal, estadual ou federal. O fato é que estão faltando dois pedaços graúdos na base, e não precisa ser gênio para perceber que seu equilíbrio é precário, e quem passa por perto corre risco de vida.

Chamada por algum observador mais atento, chegou a Defesa Civil, com sua fita amarela, remédio para todos os males. Bloqueou a calçada, forçando os moradores a enfrentar o risco de atropelamento, mais imediato, e foi embora para nunca mais voltar.

O poste continua em pé, a fita no chão, o poder público ausente. Quando ele finalmente cair, será um acidente?

sábado, 2 de junho de 2007

O Rio Fede

Paulo Werneck
© Emir Bosnic.
Banheiro público na cidade Lijiang, provincia Yunan, China, janeiro de 2007.

O alcaide César Maia, inspirado no seu colega novaiorquino, um dia, procurando criar mais um factóide, defendeu a tolerância zero e ameaçou os mijões com duras penas. Palavras, o vento as levou. Ações, nada.

Querendo, em vez de alardear recursos em caixa e, ao contrário do que fazem as outras metrópoles, esburacar o centro da cidade para entupi-la de mais carros, poderia imitar o império do meio que possui mictórios públicos, limpos e gratuitos, em todas as cidades e aldeias, e disseminá-los pela cidade.

O fotógrafo, que graciosamente me cedeu a foto, ficou impressionado com a aparência dos banheiros públicos chineses: pareciam "boutiques".

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Papa-móvel, povo imóvel

Paulo Werneck

A srta. J. trabalha em São Paulo, Capital, próximo à sua residência, mas, mesmo antes do Sumo Pontífice chegar à metrópole, gastou mais 45 minutos para chegar ao trabalho, devido aos inúmeros bloqueios das vias públicas, tempo esse próximo ao da viajem de Sampa para o Rio, onde veio resolver um problema e aproveitou para almoçar comigo.

O que ocorrera quando da vinda de Bush filho, ocorreu com o Papa, ai! Será que quando o nosso presidente vai aos steitis, fecham a Quinta Avenida?

Se é para o povo ver o visitante, que ele conceda uma audiência pública no Estádio Municipal, de modo a que todos que o desejarem possam observá-lo demoradamente, ou até mesmo ouvir algumas palavras, mas para transitar, que o faça de helicóptero, sem atrapalhar toda a população laboriosa, ou não.<

Será que São Paulo pode parar?

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Aborto e Hipocrisia

Paulo Werneck

Sábado lembrei-me de Marcelo Alemão e de sua crítica à comida em que o sabor fica em segundo plano, na coluna Refogado (Carta Capital, 02/05/07). Concordo com ele.

Após uma manhã inteira de reunião de trabalho, saí para almoçar com uma colega e amiga, Sra. A. Sugeri um restaurante antigo e honesto, como o Le Coin, ela contrapôs o Celeiro, talvez mais por curiosidade que cavalheirismo preferi a segunda opção.

O restaurante fica no final do Leblon, pouco depois da excelente livraria Argumento. Uma casa simpática, jovial, com varanda, mas preferimos o ar condicionado do interior.

Não havia cardápio, genial invenção de Mathurin Roze de Chantoiseau, ainda no século XVIII. A simpática garçonete esclareceu que poderíamos nos servir com comida cobrada por peso ou escolher pratos à la carte, enunciados oralmente.

A querida professora preferiu se servir e ficou muito satisfeita com seu prato onde pontificavam frango, melão, molho de açafrão e outras delícias. Escolhi picadinho com cuscus.

A garçonete perguntou se seria porção inteira ou meia, a Sra. A. riu pois já conhecia meu apetite, e optei, por óbvio, pela porção completa.

Bebidas, cerveja Bohemia e água mineral, já chegaram à mesa abertas: seria água mineral ou torneiral, jamais saberemos ao certo... Minha cerveja estava boa, acredito que fosse autêntica.

Quando finalmente chegou meu prato, a Sra. A. não pôde deixar de soltar uma gargalhada, face ao meu olhar incrédulo e desolado: a tal porção inteira resumia-se a um pequeno amontoado de cuscus amarelo, com um dedo de altura no centro do prato. Sobre o monte, uma concha mal-cheia do picadinho escuro, cujo molho escorria elegantemente em três direções, formando uma espécie de estrela da Mercedes-Benz, ao tocar as beiradas do prato.

Infelizmente o paladar deixou a desejar tanto quanto a quantidade. Não deixou gosto nem saudade.

Depois de um café e de uma sobremesa, excessivamente pesada, paguei a conta. Para não variar, a caixa "esqueceu-se" da nota fiscal, e quando a cobrei, atrapalhou-se toda, pois o sistema de caixa dois não a permitia imprimir a última venda: acabei com uma nota fiscal de outro cliente, pois nela consta "delícia de maracujá", que ninguém consumiu.

É assim. Enquanto nos preocupamos com os pivetes, sem a maior cerimônia um lugar, ao que parece conceituado, sonega deslavadamente, esconde tabelas de preços, não mostra a conta.

Não pretendo voltar.

domingo, 6 de maio de 2007

Não deu para o buraco dum dente

Paulo Werneck

Sábado lembrei-me de Marcelo Alemão e de sua crítica à comida em que o sabor fica em segundo plano, na coluna Refogado (Carta Capital, 02/05/07). Concordo com ele.

Após uma manhã inteira de reunião de trabalho, saí para almoçar com uma colega e amiga, Sra. A. Sugeri um restaurante antigo e honesto, como o Le Coin, ela contrapôs o Celeiro, talvez mais por curiosidade que cavalheirismo preferi a segunda opção.

O restaurante fica no final do Leblon, pouco depois da excelente livraria Argumento. Uma casa simpática, jovial, com varanda, mas preferimos o ar condicionado do interior.

Não havia cardápio, genial invenção de Mathurin Roze de Chantoiseau, ainda no século XVIII. A simpática garçonete esclareceu que poderíamos nos servir com comida cobrada por peso ou escolher pratos à la carte, enunciados oralmente.

A querida professora preferiu se servir e ficou muito satisfeita com seu prato onde pontificavam frango, melão, molho de açafrão e outras delícias. Escolhi picadinho com cuscus.

A garçonete perguntou se seria porção inteira ou meia, a Sra. A. riu pois já conhecia meu apetite, e optei, por óbvio, pela porção completa.

Bebidas, cerveja Bohemia e água mineral, já chegaram à mesa abertas: seria água mineral ou torneiral, jamais saberemos ao certo... Minha cerveja estava boa, acredito que fosse autêntica.

Quando finalmente chegou meu prato, a Sra. A. não pôde deixar de soltar uma gargalhada, face ao meu olhar incrédulo e desolado: a tal porção inteira resumia-se a um pequeno amontoado de cuscus amarelo, com um dedo de altura no centro do prato. Sobre o monte, uma concha mal-cheia do picadinho escuro, cujo molho escorria elegantemente em três direções, formando uma espécie de estrela da Mercedes-Benz, ao tocar as beiradas do prato.

Infelizmente o paladar deixou a desejar tanto quanto a quantidade. Não deixou gosto nem saudade.

Depois de um café e de uma sobremesa, excessivamente pesada, paguei a conta. Para não variar, a caixa "esqueceu-se" da nota fiscal, e quando a cobrei, atrapalhou-se toda, pois o sistema de caixa dois não a permitia imprimir a última venda: acabei com uma nota fiscal de outro cliente, pois nela consta "delícia de maracujá", que ninguém consumiu.

É assim. Enquanto nos preocupamos com os pivetes, sem a maior cerimônia um lugar, ao que parece conceituado, sonega deslavadamente, esconde tabelas de preços, não mostra a conta.

Não pretendo voltar.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Insegurança e Inação

Paulo Werneck

Fala-se muito da insegurança em que vivemos, balas perdidas (melhor o fossem, o problema é que têm sido achadas pelas vítimas), pede-se maior rigor das leis. Inútil.

O governador deita falação e pede ao presidente o apoio do Exército. Inútil, perigoso e inconstitucional.

Como muita coisa por aqui, fala-se muito, faz-se pouco, ou quase nada. Explico.

Estava eu caminhando tranquilamente pela rua Pinheiro Machado, aquela do Palácio Laranjeiras, e dois motoristas, após terem se envolvido num pequeno acidente de trânsito, que deixou retrovisores escoriados, discutiam acerbamente, o que poderia degenerar em briga.

O que faz este escriba? Saca do cinto a última tecnologia em comunicação, um celular, disca 190, telefone da puliça (quando ela melhorar um pouquinho escreverei certo), e aguarda incontáveis minutos pois "todos os nossos operadores estão ocupados".

A paciência se esvaindo, os dois discutindo, o trânsito - eram seis horas da tarde - totalmente congestionado, eis que um dos veículos estava no meio da rua, só deixando espaço para um carro passar devagar, se espremendo. Quando finalmente sou atendido, conto rapidamente a situação, é prometido o envio de uma patrulha, desligo e volto para a posição de testemunha atenta dos fatos.

Ao leitor que ainda está acompanhando o relato que não termina, justifico: tratava-se de um rapaz sarado e uma dama mignom, donde a atenção redobrada.

Discutem, discutem, acabam se entendendo, ou não, o certo é que assumem os volantes dos respectivos veículos e seguem viagem.

Nem sombra da patrulhinha.

Volto a ligar para o 190, após outros "aguarde por favor" informo a desnecessidade do apoio policial, fim da história.

Pergunto ao Governador, ao Secretário da Segurança Pública, aos editores dos jornais em campanha pela redução da maioridade penal para 16 anos, futuramente para seis meses:

Não seria melhor começar por contratar operadores para o 190, de modo que o cidadão em apuros fosse prontamente atendido?

Não seria melhor retirar os veículos policiais de cima das calçadas, onde só estorvam os pedestres, e deixá-los de prontidão?

Se precisarem de uma consultoria, conversem com as cooperativas de táxis: elas atendem ao telefone e os táxis, mesmo sem sirene, chegam muito mais rápido que qualquer carro de polícia.

PS: Em São Paulo, bancária minha amiga, no início do expediente viu entrarem ladrões na agência que trabalhava, mas a polícia só chegou para o almoço...

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Faxina Social

Paulo Werneck

Enquanto a sociedade se manifesta contra os crimes bárbaros que têm vitimado uns e outros, espalhando flores na praia, se reunindo em missas na Candelária, trocando emails, me reservo a ficar quase indiferente à dor de quem perdeu seus entes queridos, ao pavor de quem tem medo de sair à noite.

Meu inimigo não é o jovem perdido, cheirador de cola, o favelado com três-oitão na mão, a serviço do tráfico.

Não. Não é. Chego a sentir pena deles, por terem suas vidas destruídas, pois cheirar cola ou ser um soldado do tráfico não é vida.

Meus inimigos se vestem bem, são juízes, desembargadores, policiais, empresários, deputados, senadores, ministros, presidentes.

Meus inimigos são pessoas com estudo, mas sem educação; bem vestidos, mas indecentes; bem falantes, mas mentirosos e enganadores.

Sinto saudade da guilhotina, do pelotão de fuzilamento, da fogueira, jamais para o bandido tradicional, que mata mas pode levar um tiro, que acaba morrendo jovem.

O paredón faz falta para o juiz corrupto, vendedor de sentenças, sócio da impunidade e do crime.

A guilhotina faz falta para o representante do povo, que age a favor de interesses inconfessáveis, sempre contra o povo que nele depositou seu voto.

A nossa Constituição, sempre tão desprezada pelos poderosos, veda a pema de morte. É bom, pois cerceia minha ira, me obriga a ser civilizado.

Algo precisa ser feito.

Que tal reformar o Código Penal e colocar agravantes, em razão da boa situação social do meliante?

Tem curso superior? Aumente-se a pena em um terço. É juiz, fiscal, delegado? Dobre-se. É deputado, senador, desembargador, ministro? Triplique-se a pena.

A faxina precisa começar pelo andar de cima.